Meu nome é Denilson Zini e eu sou teacher na Talkers. Hoje vou contar um pouquinho para vocês de como foi o meu intercâmbio na Austrália.

Como a maioria dos estudantes de inglês, o meu sonho era, e continua sendo, viajar para outros países, conhecer novas culturas, praticar o idioma, interagir com pessoas de diferentes nacionalidades, entre outras coisas. Esta vontade de conhecer o mundo sempre me deixou inquieto, até o momento que eu decidi viver essa aventura.

Em 2018 eu comecei a pesquisar em várias agências, sites e escolas de idiomas, quais eram as opções para um intercâmbio de longa duração. Naquele momento eu encontrei a possibilidade de ir para Sydney com visto de trabalho e estudo. Esse visto permite que os imigrantes trabalhem por 20 horas semanais e estudem durante a permanência no país.
Pesquisei muito sobre a cidade, a escola, os empregos, a cultura e outros tópicos importantes. Guardei dinheiro o ano todo, avisei o pessoal do meu trabalho, tranquei a faculdade, criei coragem, me despedi da minha família, namorada, amigos e embarquei em setembro de 2019 para o outro lado do mundo sozinho.

Os primeiros dias sempre são muito intensos! Eu estava ansioso e preocupado com a questão do dinheiro, do idioma, do trabalho, da moradia e me acostumando com um novo mundo. Por outro lado, era tudo tão incrível, grande, monumental, interessante, busy, que em muitos momentos eu esquecia os problemas e ficava apenas olhando para a cidade, para o mar e aproveitando o momento.

Eu passei os primeiros 15 dias em um Airbnb, morando com um casal de australianos. Foi uma experiência bem legal, mas eu precisava achar um novo espaço para ficar, pois meus dias de estadia estavam terminando. Eu também estava muito preocupado com a questão financeira, pois tinha dinheiro para ficar apenas um mês na AUS (gastando pouco), visto que Sydney é uma cidade muito cara. Então, eu precisava de um emprego e um apartamento o quanto antes.
Após entregar mais de 100 currículos de porta em porta e me inscrever em vários sites de emprego, fui chamado para dois “trials”. Essa é uma prática comum por lá e trata-se, basicamente, de um dia de trabalho, onde o empregador vai observar e decidir se irá contratar ou não o funcionário.

Eu consegui um emprego no final do meu primeiro mês na Austrália. Trabalhei como garçom em um café chamado Old Vienna Coffee House, localizado no edifício Queen Victoria Building, um dos principais pontos turísticos de Sydney. O edifício é conectado com uma das maiores estações de metrô do CBD (Central Business District), ou seja, a parte central da cidade. Isso significa que o café estava sempre cheio! Foi uma ótima oportunidade para aperfeiçoar o meu inglês, pois além do contato com clientes que eram turistas ou nativos, eu tinha colegas de todos os cantos, como Líbano, Tailândia, Vietnã, Espanha, Itália, Colômbia, França, China, Hong Kong, Coréia, Austrália, Japão, entre outros. Estávamos em uma equipe bem grande, sendo que eu era o único brasileiro naquele café.

Outra experiência profissional muito interessante foi que eu trabalhei no Uber Eats, entregando comida de bike nas horas vagas. Isso foi ótimo, pois eu fazia exercício físico, conhecia à cidade, escutava música, ligava para a família e ainda ganhava dinheiro. Quer o que melhor do que isso? Então, essa é uma dica bem legal para quem está preocupado com dinheiro e quer perder uns quilinhos no intercâmbio!

Sobre moradia, eu consegui um lugar para morar bem pertinho do CBD. Por isso, o aluguel era um pouco mais caro. Eu pagava AU$195,00 por semana e dividia o quarto com outros dois roommates. No total, éramos em cinco pessoas no apartamento. Eu morei lá com pessoas da Espanha, México, Chile, Argentina e Brasil, que se tornaram minha família na Austrália.
Eu estudei na escola ILSC Sydney, que é uma excelente instituição. Foi realmente incrível a experiência de estudar inglês fora do país, sem ter o auxílio da minha língua nativa durante as aulas. Dessa forma, me obriguei a entender tudo em inglês e a procurar por conta os significados na minha própria língua. Até porque, todos os alunos naquele lugar tinham apenas a língua inglesa em comum, pois eram todos estrangeiros.
Depois do primeiro mês, Sydney já havia passado de um lugar desconhecido para minha nova casa. Eu já estava adaptado a tudo, desde pegar o metro, tram, train, ferry, bus, até viajar para as cidades próximas. Além disso, já havia explorado muitas das mais de 100 praias maravilhosas e muitos dos milhares bares da cidade, enfim, já estava me sentindo parte daquele lugar.

Um dos meus maiores medos era o fato de estar sozinho e não ter ninguém para sair, conversar, desabafar, receber um apoio, qualquer coisa. Mas isso se resolveu muito facilmente, pois muitas pessoas viajam sozinhas e querem muito fazer novos amigos. Laços que demoram anos para serem criados se fortalecem em semanas. Pessoas desconhecidas se tornam muito importantes de um dia para o outro.

Viver em uma das metrópoles mais multiculturais do mundo, onde cerca de 40% da população é estrangeira, foi uma experiência incrível. Sydney é uma cidade rica em cultura, monumentos, praias, parques e praças. Existem atividade para todos os gostos. Eu amava ter tantas opções de lazer e entretenimento diariamente ou, por exemplo, ter lugares como a Harbour Bridge ou Sydney Opera House como parte da minha rotina. Isso tudo me deixava muito feliz! Eu costumava correr da ponte até o Opera e essas foram, sem dúvidas, as corridas mais emocionantes da minha vida.

Nos meus últimos meses na Austrália, eu peguei o dinheiro que eu havia guardado e fui conhecer Melbourne, Brisbane e Gold Coast. Foi muito legal a oportunidade de estar nessas cidades incríveis, sendo que já aproveitei para visitar alguns amigos que moram em Brisbane. E claro, como bons amigos, eles me hospedaram durante a semana que fiquei lá!

Mas como tudo na vida tem um preço, chegou o momento de dizer adeus. Com certeza um dos momentos mais difíceis de todo o intercâmbio, o momento que o visto está se encerrando e você quer desesperadamente que o tempo pare no momento que você está. Por diversos motivos eu decidi seguir o plano inicial de morar naquele lugar pelos seis meses que havia planejado. Essa decisão de voltar ou ficar mais tempo é muito complicada. Com certeza foi umas das escolhas mais doloridas que eu já fiz. Se desligar de um lugar que você ama tanto, se despedir dos grandes amigos, arrumar as coisas e entrar no avião foram momentos muito, mas muito, difíceis.

Já se passaram aproximadamente seis meses que eu voltei e até hoje não teve um único dia que eu não pensei em tudo que o intercâmbio me proporcionou. Esta foi, sem dúvidas, a melhor e mais intensa experiência da minha vida. Eu gostaria muito que todas as pessoas que têm esse sonho consigam realizar como eu realizei e quero realizar novamente!

Thanks!
See u guys!